Parte 2 - MACONHA
A maconha é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo, sendo a mais utilizada por estudantes brasileiros. Suas apresentações são provenientes da Cannabis sativa, um arbusto da família das Moraceae, conhecida pelo nome de cânhamo.
A dependência de maconha está entre as dependências de drogas ilícitas mais comuns: um em dez daqueles que usam maconha na vida se tornam dependentes em algum momento do seu período de 4 a 5 anos de consumo pesado.
AÇÃO NO CÉREBRO
A resina que recobre os brotos fêmeos Cannabis sativa contém 60 alcalóides conhecidos como canabinóides. Eles são os responsáveis pelos seus efeitos psíquicos da planta, sendo o Delta-9-THC o mais potente. Sabe-se hoje que existem receptores canabinóides no cérebro específicos para o THC, bem como um suposto neurotransmissor para os receptores endógenos, denominando-o anandamida.
EFEITOS AGUDOS
Os efeitos da intoxicação aparecem após alguns minutos do uso. Déficits motores (por exemplo prejuízo da capacidade para dirigir automóveis) e cognitivos (por exemplo perda da memória de curto prazo) costumam acompanhar a intoxicação. Além disso, consumo de maconha pode desencadear quadros temporários de natureza ansiosa, tais como reações de pânico ou sintomas de natureza psicótica.
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
A dependência é uma das complicações crônicas do uso de maconha, apesar de não atingir a maioria de seus usuários. Os sintomas de abstinência mais relatados são irritabilidade, nervosismo, inquietação, fissura e sintomas depressivos, insônia, redução do apetite e cefaléia.
O consumo prolongado e intenso de maconha é capaz de causar prejuízos cognitivos envolvendo vários mecanismos de processos de atenção e memória. O uso em indivíduos predispostos pode desencadear quadros psicóticos similares à esquizofrenia. Quando ao aparelho reprodutor, há redução reversível do número de espermatozóides.
EFEITOS PSÍQUICOS
- Letargia (perda temporária da sensibilidade do movimento);
- Euforia e relaxamento;
- Risos imotivados;
- Aumento da percepção de cores, sons e paladar;
- Sensação de lentificação do tempo;
- Prejuízo da concentração e memória.
EFEITOS FÍSICOS
- Hiperemia das conjuntivas (olhos avermelhados);
- Aumento dos batimentos cardíacos;
- Retardo e incoordenação motora;
- Piora do desempenho para tarefas motoras e intelectuais;
- Broncodilatação (dilatação dos brônquios);
- Tosse;
- Aumento do apetite ("larica").
CONCLUSÃO:
O grande problema relacionado ao consumo de maconha no ambiente de trabalho está nas funções que requerem grande coordenação motora e atenção redobrada. Devido à perda de sensibilidade e da sensação de que está tudo em "câmera lenta", o usuário pode desencadear uma série de atos inseguros na empresa, o que provocaria acidentes de trabalho. É papel do SESMT, principalmente do médico do trabalho e da equipe de enfermagem identificar o usuário e de um modo correto, não autorizar a entrada na empresa sob o efeito da droga. Sem dizer que o usuário deve procurar a desintoxicação para evitar problemas futuros relacionados ao uso da droga.